Pragas de Macadâmia em Cultivos no Exterior
Informações levantadas em literatura e bases de dados internacionais, no âmbito das atividades do Projeto InsetoNut, identificaram relatos de ocorrência do cultivo da noz macadâmia na Austrália, África do Sul, Brasil, China, Colômbia, Coréia, Costa Rica, Egito, Estados Unidos (Havaí), Guatemala, Índia, Irã, Israel, Malaui, Nova Zelândia, Paraguai, Quênia, Reino Unido, Tailândia e Vietnam. Do mesmo modo, essas informações, entre outros aprofundamentos decorrentes realizados, permitiram identificar cerca de duas centenas de espécies e gêneros de pragas (insetos e ácaros) mencionadas como presentes no cultivo da nogueira no exterior e que tiveram prospecção de sinonímias, ordem/família, distribuição/ocorrência, cultivos hospedeiros, danos, países com relatos de ataques em macadâmia, entre outras informações gerais. Entre essas espécies/gêneros foram igualmente constatados tanto alguns organismos já presentes no território nacional (citados em literatura e bases de dados nacionais ou em atividade do projeto com foco nas coletas de material realizadas nas áreas-alvo), quanto exóticos ausentes de interesse nacional, tais como 18 Pragas Quarentenárias Ausentes (PQA) listadas oficialmente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do Brasil; estas consideradas como de risco iminente de entrada no país e com impactos econômicos esperados. Em seguida, mais buscas de informações foram realizadas para as 18 PQAs, também com foco em prover imagens ou aspectos morfológicos que favoreçam a correta identificação dessas espécies ou as estratégias de monitoramento e manejo (químico e biológico). Para sete espécies identificadas como exóticas e ausentes do Brasil, a saber Amblypelta nitida, Conogethes punctiferalis (PQA), Cryptophlebia ombrodelta (PQA), Epiphyas postvittana (PQA), Scirtothrips dorsalis (PQA), Spodoptera littoralis (PQA) e Thrips hawaiiensis (PQA), o projeto também realizou zoneamentos territoriais de áreas brasileiras favoráveis ao desenvolvimento dessas espécies, considerando seus respectivos cultivos hospedeiros presentes no país ( a partir do IBGE) e condições climáticas médias nacional (a partir do INMET), assim como também disponibilizou tendências de desenvolvimentos de fases de vida, com base em demandas térmicas (de literatura internacional) e em condições climáticas médias de áreas nacionais com cultivo de macadâmia (a partir do INMET). O acervo de conhecimento reunido e gerado pelo Projeto InsetoNut para as pragas (insetos e ácaros) presentes em cultivos de macadâmia do exterior, provido pelas atividades das Embrapa Meio Ambiente e da Embrapa Territorial com participação da QueenNut macadamia (Leonardo Moriya e Pedro Luiz Blasi de Toledo Piza) no projeto, foi disponibilizado em publicações e no software InsetoNutWeb, colaborando para as políticas públicas de Defesa Fitossanitária Nacional com foco na nogueira macadâmia e também para outras culturas brasileiras, identidades entre os cultivos hospedeiros das pragas (ácaros e insetos) apresentados. Entre essas culturas hospedeiras, listam-se também as CSFI, principalmente do grupo 1 subgrupo 1B a que pertence o cultivo de macadamia do país. Do mesmo modo, contribui para a pesquisa científica internacional, dado que algumas pragas (inseto e ácaros) apresentadas foram observadas também como Praga Quarentenária Presente (PQP) já erradicada do Brasil ou já de importância econômica (presente no país), com acervo técnico substancial já disponível em literatura técnico-científica, e que também podem contribuir com a pesquisa agropecuária internacional no controle desses insetos.
Insetos e Ácaros coletados em cultivos de macadâmia no Brasil
O trabalho de avaliação da entomofauna presente em plantios do Brasil ocorreu principalmente na área de Dois Córregos, SP - importante polo produtor da noz nacional. O levantamento de insetos e ácaros foi realizado em duas cultivares de macadâmia: IAC 4-12B e HAES 333, de onde foram coletados mensalmente ramos, folhas, racemos e/ou frutos, de março/2020 a abril/2021. A partir dessa data, coletas extras foram realizadas quando havia surtos na área ou danos atípicos. As amostras coletadas eram sempre levadas para o Laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LEF) da Embrapa Meio Ambiente para análise, registro, separação (parataxonomia) e armazenamento do material. Alguns espécimes foram montados com alfinetes entomológicos e enviados para a identificação taxonômica pelos pesquisadores Dr. Marcoandre Savaris e Dr. Sinval Neto (Universidade Estadual de São Paulo, USP/ESALQ). Para a avaliação da presença de ácaros, as amostras foram enviadas para o Dr. Jeferson Mineiro (Instituto Biológico, IB). Havendo a presença de tripes nas amostras, estes foram encaminhados ao Dr. Élison F. B. Lima (Universidade Federal do Piauí, UFPI). As abelhas foram identificadas pela Dra. Kátia Braga (Embrapa Meio Ambiente). Algumas espécies foram submetidas à extração do DNA para a classificação pela técnica de DNA barcoding pelo Dr. Artur Rosa (Embrapa Cerrados). Mais de 500 espécimes foram montados e estão mantidos em uma coleção entomológica intitulada InsetoNut, que fica armazenada na sala da coleção do Laboratório de Quarentena Costa Lima (LQC), Embrapa Meio Ambiente.
Autores
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): Cláudia Vaz Crecci, Jeanne Scardini Marinho Prado e Maria Conceição P. Young Pessoa.
Queen Nut Indústria e Comércio de Alimentos LTDA.: Leonardo Massaharu Moriya.
Revisão Bibliográfica: Victor Paulo Marques Simão (Embrapa)
Foto: Leonardo Massaharu Moriya (Queen Nut)
Equipe do Projeto InsetoNut
Queen Nut: Leonardo Massaharu Moriya.
Versão 1.0
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